químicos
Branco delimita todo o meu espaço A minha angústia, o meu cansaço A clínica nunca me pareceu tão pesada Pergunto-me se a minha aparência de agora se assemelha ao tão mero nada A minha cabeça repousa no ombro da minha mãe ''Respira'', é uma palavra que dela advém E eu suspiro, encarando as pessoas e os seus problemas Sentadas, não sabendo que virão a transformar-se nas ilustrações dos meus mais novos poemas No consultório a minha pele é arrancada em retalho A médica procura uma resposta e exerce o seu trabalho A terapia é um privilégio, recebe quem a paga Então o que acontece àqueles cuja vida lhes saiu cara? Não querem descartá-los para a escuridão das ruas frias de outono Garantir-lhes veracidade quando admitirem que foram todos encaminhados ao abandono Deixando-lhes assim como última hipótese escutá-los e estender a mão Aceitar os químicos, as instruções e não propor uma outra solução … Eles estão a ajudar-me Mas também estão a afundar-me … Prometi que seria uma melho...